A avaliação dos primeiros três meses da presidência portuguesa da União Europeia é para quase todos «positiva». Media, eurodepudados e os principais líderes dos grupos políticos europeus elogiam a actuação de Portugal. Há mesmo quem caracterize como «impressionante».
Uma presidência cumpridora e eficiente, mas sem dar muito nas vistas, é como os correspondentes em Bruxelas dos principais «media» europeus avaliam a prestação do Governo de Lisboa à frente da UE, que está a meio do mandato.
Os correspondentes em Bruxelas do El País (Espanha), Le Monde (França), Reuteurs (Reino Unido), Corriere della Sera (Itália) e Frankfurter Allgemeine (Alemanha) são da opinião que um acordo sobre o novo Tratado europeu na Cimeira de Lisboa, a 18 e 19 de Outubro, dentro de três semanas, irá ditar o sucesso ou o fracasso da actual presidência portuguesa da UE.
Andres Misse Ferran, do El País, considerou, em declarações à Lusa, que Lisboa está num momento «crucial» e «muito difícil», em que «tudo depende» do acordo sobre o designado Tratado Reformador da UE.
Em Setembro, na «rentrée» política, os chefes das diplomacias dos 27, reunidos em Viana do Castelo numa das mais importantes reuniões ministeriais informais do semestre, designada de «Gymnich», fizeram a primeira avaliação política da proposta da presidência portuguesa para o texto do futuro Tratado, tendo os 27 manifestado o compromisso de cumprir o calendário traçado.
Elogios nacionais
O desempenho de Lisboa na liderança da União Europeia, que entra agora na recta final, reúne também opinião positiva da maioria dos partidos portugueses representados no Parlamento Europeu, mas não a unanimidade.
A diplomacia também merece elogios do PS e do eurodeputado social-democrata Carlos Coelho, que realça designadamente a boa prestação do ministro dos Negócios Estrangeiros, referindo que Luís Amado «tem estado incansável, muito empenhado».
Por seu lado, Luís Queiró, do CDS-PP, considera que o êxito da presidência joga-se nos próximos três meses e em três pontos: o Tratado Reformador, a cimeira UE-África e a definição da política marítima europeia.
A parlamentar comunista Ilda Figueiredo assinalou, por seu lado, que o texto do novo Tratado é «um significativo salto qualitativo na integração capitalista europeia, aprofundando o seu carácter neoliberal, federalista e militarista».
¿e internacionais
Os líderes dos principais grupos políticos do Parlamento Europeu - PPE/Democratas-Cristãos, PSE/Socialistas e ALDE/Liberais - elogiaram o trabalho da presidência portuguesa da União Europeia nos primeiros três meses do exercício iniciado a 01 de Julho.
O presidente do maior grupo europeu, a família PPE-DE, que integra os eurodeputados portugueses do PSD e do CDS-PP, Joseph Daul, destacou à Agência Lusa o empenho de Lisboa em «fazer da sua presidência um sucesso colectivo para a Europa», lembrando, no entanto, que «muito depende da vontade política dos 27 Estados-membros, do Parlamento Europeu e da Comissão» de Bruxelas.
A entrar na segunda metade do seu «mandato», a prestação da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia também é alvo de elogios do líder da família dos liberais (ALDE), Graham Watson, segundo o qual, até agora, «a presidência portuguesa combinou uma ambição admirável, uma eficiência serena e uma equipa habilidosa para alcançar os objectivos da Europa». «É impressionante», sublinhou Watson.
O secretário de Estado dos Assuntos Europeus considera que o balanço da «primeira parte» da actual presidência portuguesa da União Europeia é «positivo», apontando que tem sido essa a mensagem que Lisboa tem recebido dos restantes Estados-membros e instituições.
Portugal Diário