O Presidente tocou num ponto essencial na sua msg Ano Novo: o agravamento injustificado e improdutivo entre oos salários dos gestores e dos trabalhadores em Portugal.
Porque se é verdade que existem lusos gestores capazes, também é incontornável que existem lusos trabalhadores capazes e empenhados, muitos deles até licenciados, mas com salários a rondar os 500, 600 euros. Só não são patrões porque têm a inteligência, empreendedorismo e espírito de iniciativa, mas não têm o capital para edificarem um negócio que compreendam e acreditem conseguir vencer.
Os apoios existentes exigem sempre algum de partida, e quem não tem suporte financeiro familiar, não consegue chegar aos subsídios e empréstimos existentes. Mais, não consegue chegar ao financiamento necessário para se dedicarem ao negócio que conseguem compreender, e por isso, onde acreditam poder vencer.
Porque os licenciados não se podem candidatar a qualquer negócio, contraindo empréstimos com juros, ainda que bonificados, para se dedicarem ao negócio possível mas que não tem nada a ver com eles, esse negócio estaria condenado ao fracasso logo à partida.
O que inflacciona os salários dos gestores de topo, é o facto de eles conseguirem manter uma oligarquia fechada, onde são sempre a mesma meia dúzia, numa redoma de vidro fechada à concorrência exterior, nomeadamente de quadros mais jovens, a não ser que sejam os seus próprios delfins. Para saírem de uma boa cadeira, só para outra melhor e mais bem paga.
Esta lusa economia onde se continua sempre a apostar na mão de obra barata, ainda que menos qualificada é suicida e está condenada a uma asfixiante derrota no quadro de uma economia global crescentemente competitiva.
Nomeadamente na Hotelaria e Turismo, onde todos os anos crescem exponencialmente o lucros, onde o Sec. Estado prevê um aumento de 11% no passado 2007, "o melhor ano turístico de sempre... ultrapassando a cifra dos sete mil milhões de euros de receitas (DN 06-01-2008)" os salários dos trabalhadores desprovidos do guito necessário ao empreendedorismo, continuam oligarquicamente baixos, sem qualquer explicação racional. O patronato no turismo é manifestamente parcial ao reconhecerem apenas o seu mérito próprio, minimizando o mérito dos seus trabalhadores em geral, e dos seus licenciados em particular.
Entretanto os jovens empreendedores, capazes e estrategas, como um verdadeiro predador, vão espreitando por entre uns quaisquer arbustos desta selva humana, a sua presa: a egocêntrica, inconsciente e suicida mentalidade desta oligarca e conservadora sociedade lusa.
E a presa vai-se pavoneando... "espelho meu, existirá alguém mais delfim, mais competente e mais bem relacionado (boy) do k eu?"
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